Ir direto para menu de acessibilidade.
Página inicial > nutrição > Conduta Nutricional na alergia alimentar
Início do conteúdo da página

Conduta Nutricional na alergia alimentar

Acessos: 24337

Alergia alimentar é um termo utilizado para descrever reações adversas a alimentos, dependentes de mecanismos imunológicos, IgE mediados ou não.

A alergia alimentar é mais comum em crianças. Estima-se que a prevalência seja aproximadamente de 6% em menores de três anos e de 3,5% em adultos e estes valores parecem estar aumentando.

A melhor conduta nutricional para alergia alimentar é a exclusão do alimento com potencial alergênico. Podemos também incluir na nossa alimentação de forma balanceada imunomoduladores com efeito protetor contra o desenvolvimento de alergia, tais como: ácidos graxos ômega-3. Antioxidantes como ácido ascórbico, beta-caroteno, alfa-tocoferol, selênio e zinco que podem neutralizar o efeito deletério do estresse oxidativo presente na inflamação alérgica e consequentemente reduzem a lesão tecidual.

Os probióticos inclusos nos momentos pré e pós-natal, por seis meses para as mães e crianças com alto risco de atopia até os 4 anos de vida, já que o probiótico atuaria no processamento de antígenos alimentares reduzindo sua alergenicidade. Os efeitos probióticos são atribuídos a restauração da permeabilidade intestinal, ao equilíbrio da microbiota, a melhora da função da barreira do epitélio intestinal e a modulação da resposta inflamatória.

Dos alimentos com maior potencial alergênicos são: clara de ovo, leite, amendoins, nozes e peixes para crianças em alto risco de alergia, durante os primeiros 2 a 3 anos de vida, sendo comum também na vida adulta.

Além desses alimentos tem pessoas que podem apresentar alergia a soja, camarão, chocolate, manteiga, tomate, morango, cítricos, carne suína, produtos com corantes (principalmente tartrazina), aditivos químicos, espessantes e trigo.

A alergia alimentar por leite de vaca, ovo, trigo e soja desaparecem, geralmente, na infância ao contrário da alergia a amendoim, nozes e frutos do mar que podem ser mais duradouras e algumas vezes por toda a vida.

As reações graves e fatais podem ocorrer em qualquer idade, mesmo na primeira exposição conhecida ao alimento, mas os indivíduos mais susceptíveis parecem ser adolescentes e adultos jovens com asma e alergia previamente conhecida a amendoim, nozes ou frutos do mar.

A alergia a proteína do leite de vaca na infância é comum nos 3 primeiros anos de vida com prevalência de 2,5 %.

Parece que o recém-nascido pré-termo tem menos chance de desenvolver hipersensibilidade que o recém-nascido a termo, pois a exposição a um antígeno alimentar começa na vida intra- uterina e os recém-nascidos pré-termo ainda não teriam seu sistema imunológico maduro para desencadear qualquer resposta ao antígeno.

O Leite materno não só fornece proteína da mesma espécie (homóloga) como também atuaria na maturação linfocitária do intestino do lactente, reduzindo os riscos de alergia. A beta-lactoglobulina é a fração proteica que mais induz a alergia e não está presente no leite materno.

Nos casos de alergia ao leite de vaca, este e seus derivados devem ser substituídos por leite materno, hidrolisados de caseína (fração menos alergênica do leite) ou de proteína do soro do leite do leite de vaca, fórmulas a base de soja ou arroz ou leite de outras espécies como de cabra. E se os sintomas continuarem a oferecer fórmulas a base de aminoácidos. Para escolha da fórmula ideal para a criança ou lactente que apresente alergia é importante o acompanhamento da criança com Pediatra e Nutricionista. Assim como qualquer tipo de alergia alimentar o ideal é procurar um profissional qualificado.

As fórmulas à base do leite de soja ou de leite de outras espécies podem ter carências de micronutrientes como ácido fólico, vitaminas B12, A, C e D, além de risco de sensibilizada cruzada, 65% das crianças alérgicas tem alergia cruzada ao leite de soja. Fórmulas a base de carnes, de frango, rã, peru, coelho têm tido boa tolerância e eficácia, mas deve ser dada atenção na suplementação de micronutrientes, principalmente o cálcio quando a fórmula for exclusiva.

No caso da alergia ao leite de vaca, o alérgico poderá realizar um dos seguintes procedimentos: excluir o leite; utilizar fórmulas à base de outra proteína ou à base de proteína do leite hidrolisada ou à base de aminoácidos.

É importante observar se as preparações contém o ingrediente causador da alergia ou verificar no rótulo do alimento se este tem traços de leite. Essas dicas servem para todas as alergias alimentares, pois traços de alérgenos podem prejudicar esses pacientes.

A alergia ao pólen é mais comum em adultos, estes têm reação cruzada entre o alérgeno do pólen e frutas ou vegetais frescos, manifestando prurido, angioedema nos lábios, língua, garganta e palato, sem risco de vida. Nesse caso a melhor conduta é cozinhar a fruta e os vegetais.

O látex proveniente das luvas utilizadas na manipulação de alimentos tem potencial alergênico e 30 a 80% das pessoas alérgicas ao látex tem alergia cruzada as frutas como: banana, abacate, castanha e kiwi. E também há a possibilidade do alérgico ao látex desenvolver alergia cruzada à fruta.

Além dessas alergias alimentares temos essas possibilidades de reações cruzadas, tais quais descritas no quadro abaixo:

 

Alérgico a:

Alimentos com possível Reação cruzada:

Risco de reatividade clínica

Principal proteína comum

Leguminosa (ex: amendoim)

Ervilha, lentilha, feijão, soja

5%

Vicilinas, globulinas

Castanha (ex: nozes)

Castanha do Pará, avelã, castanha de caju

37%

Prolaminas

Peixe (ex: salmão)

Peixe-espada, linguado

50%

Parvalbuminas

Crustáceo (ex: camarão)

Caranguejo, siri (OBS: inalantes: ácaros, barata também podem levar à reação cruzada)

75%

Tropomiosina

Grão (ex: trigo)

Centeio, cevada

20%

Inibidores de protease, alfa-amilases

Leite de vaca

Carne bovina

10%

Albumina sérica bovina

Leite de vaca

Leite de cabra

92%

Caseínas, proteínas do soro

Fonte: adaptado de Sicherer e Breiteneder

Referências bibliográficas:

ACCIOLY, E; SAUNDERS, C; LACERDA, EMA. Nutrição em Obstetrícia e Pediatria. Cultura Médica, 2003.

BREITENEDER. H. Molecular aspects of food proteins that contribute to allergenicity. 60th Annual Meeting of AAAAI, San Francisco, CA, March P. 19-23. 2004.

DAN L. WAITZBERG. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na prática clínica. São Paulo: Altheneu. 4 ed. 2009.

LEÃO, L; GOMES, M. Manual de nutrição clínica: para atendimento ambulatorial do adulto. Rio de Janeiro: Vozes, 2006.

MAHAN L & ESCOTT-STUMP S. KRAUSE. Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. São Paulo: Rocca, 11 ed. 2005.

SICHERER SH. Clinical implications of cross-reactive food allergens. J Allergy Clin Immunol 2001.

SOLÉ, D. et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Documento conjunto elaborado pela Sociedade Brasileira de Pediatria e Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia. Rev. bras. alerg. imunopatol. V: 31, n 2. 2008.

 

Bolo de cacau funcional sem proteína do leite e do trigo

Ingredientes:

4 ovos

1 xícara de açúcar de coco

4 colheres de sopa óleo de coco

4 colheres de sopa de cacau em pó

1 xícara de leite de coco- se ficar seco, coloque um pouco mais

1 xícara de farinha de arroz (integral, melhor)

1/2 xícara de farelo de quinua

100g de passas

1 colher de sopa de fermento em pó

 

Modo de preparo:

Bater as claras em neve e reservar.

Bater as gemas com o açúcar, o óleo, o cacau e o leite de coco.

Depois acrescente as farinhas e bata até incorporar.

Por último, com uma espátula, acrescente as passas, o fermento e as claras em neve, mexendo com cuidado.

Coloque em uma forma untada e enfarinhada e coloque no forno pré-aquecido para assar por aproximadamente 40 minutos.

 

Safra de Outubro:

Frutas: banana, coco verde, jabuticaba, laranja, maçã estrangeira, mamão formosa, mamão hawaii, melão amarelo, melancia e tangerina murcote.

Legumes: abóbora seca, abobrinha italiana, beterraba, cebola, cenoura, chuchu, tomate e vagem.

Verduras: brócolis, broto de bambu, couve- chinesa, escarola, espinafre, radite, rúcula e repolho roxo.

 

Elaborado por: 2º TEN KELLY OLIVEIRA - NUTRICIONISTA

Fim do conteúdo da página