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Amígdalas

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As amígdalas já foram julgadas um mero pedaço de carne supérfluo no organismo, até os anos 60, quando eram  arrancadas sem cerimônia ao menor sinal de inflamação. Na década seguinte, conheceram a glória: passaram a ser consideradas indispensáveis para o corpo humano, por sua função de defesa contra agentes agressores. Hoje, busca-se o  equilíbrio. Nem sempre amigas, nem sempre inimigas, elas devem ser preservadas ao máximo, mas há casos em que a cirurgia é mesmo a melhor opção.

Sintomas são confundidos com dor de garganta

Ainda não se sabe ao certo por que as amígdalas inflamam, mas os agentes causadores podem ser diferentes vírus e bactérias. Os tipos de bactéria mais comuns são os estreptococos e os estafilococos. A amigdalite pode acontecer com qualquer pessoa, em qualquer idade. Mas as crianças, entre 2 e 7 anos, costumam ser as maiores vítimas. Os sintomas muitas vezes são confundidos com uma dor de garganta. Eles incluem:

  • febre de 38 a 39 graus;
  • dificuldade de engolir alimentos;
  • dor;
  • fadiga;
  • amígdalas inchadas, avermelhadas ou com pus;
  • pescoço inchado;
  • rouquidão e tosse;
  • mau hálito;

No adulto, o órgão é atrofiado

Existem quatro tipos de amígdalas: as tubárias, próximas à tuba auditiva; as linguais, na base da língua; as adenóides, atrás do nariz e no alto da garganta, e as palatinas, nos dois lados da garganta. Quando se fala em extração das amígdalas, está se falando das palatinas. Elas são as mais importantes, pois guardam uma espécie de aquivo imunológico, ou seja, registram todos os vírus e bactérias que já entraram em contato com o corpo e ajudam a promover estratégias de defesa.

Essa função de defesa, no entanto, dura apenas até os 8 anos de idade. Depois, as amígdalas atrofiam. No adulto, não há nenhuma comprovação de que elas façam falta ao organismo. Mas quando não há nenhuma alteração no órgão, não há por que retirá-lo.

Acúmulo de alimento pode dar mau hálito

Até a década de 60, a extração das amígdalas era muito comum, porque não havia antibióticos eficientes como a penicilina. A infecção podia causar risco de vida, devido à dificuldade de respirar, de se alimentar e à baixa defesa imunológica. Por isso, acreditava-se que as amígdalas podiam ser desnecessárias ou até prejudiciais ao organismo. Quando se descobriu que elas atuam como a primeira barreira de defesa contra micróbios agressores, passou-se ao outro extremo: muitos médicos recusavam-se a extraí-las, mesmo quando recomendável.

Hoje, os médicos procuram insistir em preservar ao máximo o órgão, tratando as inflamações apenas com remédios. Mas, há quatro casos em que a extração é indicada:

  • Quando as crises são muito freqüentes ou muito intensas, chegando a atrapalhar o dia-a-dia da pessoa e provocando efeitos secundários como vômito, dificuldade de comer, desidratação. A extração é indicada quando os antibióticos não conseguem resolver o problema;
  • Quando a amígdala é cheia de criptas, pequenos buraquinhos onde os restos de alimentos se acumulam. Ela se torna um foco de infecção, e essa é uma das causas do mau hálito;
  • Quando a amígdala é tão grande que obstrui as vias respiratórias, fazendo com que a pessoa durma mal e de boca  aberta, ronque ou tenha apnéia do sono;
  • Quando há um tumor na amígdala. Um sinal é quando um dos lados cresce mais do que outro. 

O sorvete é a melhor parte

De qualquer modo, a cirurgia de extração das amígdalas hoje é bastante segura. Ela pode ser feita com diferentes instrumentos: bisturi comum, eletrônico ou de radiofreqüência, ou ainda laser. A vantagem do laser é que provoca menos sangramento, apesar de demorar mais. Em todos os casos, a anestesia é geral.

A dor do pós-operatório é moderada e dura cerca de cinco dias. Se o operado for uma criança, porém, essa será a melhor parte: é que indicamos  tomar muito sorvete e outros alimentos cremosos ou gelados, para evitar a irritação da garganta.

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